segunda-feira, janeiro 28, 2008

A unidade biológica subjacente em toda a vida

Introdução
A unidade da vida é um tema que tem suscitado em mim, imensas questões de cariz científico e filosófico, e terá sido mesmo, o elemento preponderante que me levou a enveredar por esta Licenciatura em Ciências do Ambiente.
A Biologia faculta-nos imensas hipóteses e provas científicas, que vão ao encontro deste maravilhoso princípio que é a unidade intrínseca em toda a vida. Irei portanto, abordar, no âmbito desta Unidade Curricular, os argumentos que sustém o tema escolhido.

A vida não permite uma definição simples, na medida, em que a vida não pode ser definida por um critério único. No entanto, a palavra vida é normalmente usada para definir uma variedade de propriedades e processos naturais comuns a todos os seres vivos, tais como: serem constituídos por células, terem estruturas complexas e altamente organizadas, possuírem a capacidade de desenvolver uma grande variedade de actividades, receberem e transformarem energia do ambiente, descartarem produtos residuais, executarem uma grande diversidade de reacções químicas, encerrarem qualidades de entropia e homeostáticas relativamente a variáveis do meio envolvente, reagirem a estímulos, adaptarem-se, reproduzirem-se, nascerem, crescerem e morrerem.
A unidade biológica da vida manifesta-se sobre diferentes aspectos:
1. A nível celular – Todos os seres vivos têm na sua constituição fundamental a célula. Ela é a unidade básica de estrutura e função de todos os organismos. É a unidade de reprodução, desenvolvimento e de hereditariedade. Em alguns seres, a célula constitui o próprio indivíduo. Noutros, as células agregam-se em colónias unicelulares ou em tecidos multicelulares capazes de formarem órgãos, que executam uma determinada função num organismo complexo, como por exemplo, o nosso corpo.
2. A nível molecular – Todas as células possuem basicamente o mesmo tipo de elementos químicos. Os inorgânicos como a água e os sais minerais; e os orgânicos, que desempenham funções: estrutural ou plástica, energética, enzimática ou reguladora, de armazenamento e transferência de informação; são os polímeros: polissacáridos, lípidos, proteínas e os ácidos nucleicos. São estas últimas macromoléculas, os ácidos nucleicos, DNA e RNA, que encerram e transmitem a informação genética.
A molécula de DNA contém, similarmente à célula, uma organização e um funcionamento universal em todos os seres vivos. A enorme diversidade da molécula de DNA é responsável pela enorme diversidade da vida, na medida, em que cada organismo contém o seu próprio DNA, que o torna único perante os outros.
Ainda no âmbito molecular, a adenosina tri-fosfato, ATP, é a molécula que armazena a energia utilizada pela célula, em diversos processos biológicos, porque a energia luminosa e a energia química dos compostos orgânicos, não podem ser utilizadas directamente pela célula.
3. Na origem da vida – Actualmente não existe consenso quanto às etapas do aparecimento da vida na Terra. No entanto, sabemos que ela surgiu como organismos unicelulares, entre 3,9 mil milhões e 3,8 mil milhões de anos a partir de moléculas orgânicas pré-bióticas.
4. Na evolução da vida – Os primeiros microrganismos muito primitivos, são o ancestral universal de toda a vida que existe e existiu no planeta. Ela apareceu nos oceanos primitivos, evoluiu para formas mais complexas, multiplicou-se, adaptou-se a novos ambientes, através da alteração do fundo genético, resultado da selecção natural, e chegou até nós, seres que desenvolveram capacidades cognitivas.
5. Nas relações tróficas – Cadeias alimentares, onde se verificam transferências de energia e de matéria entre os diferentes níveis tróficos. Os produtores fotossintéticos e quimiossintéticos sintetizam a matéria orgânica a partir da mineral, utilizando respectivamente energia solar luminosa e energia química. Os consumidores, incapazes de produzirem a sua própria energia, alimentam-se de outros organismos. Por sua vez, os decompositores degradam a matéria orgânica proveniente de cadáveres e excrementos dos seres vivos, libertando as substâncias minerais novamente para a geosfera.
6. Nos níveis de organização da vida – Existe uma organização espantosa na vida, em níveis de complexidade crescente que vão das partículas subatómicas à biosfera.
7. Na natureza cíclica da vida – Sequência de acontecimentos que ocorrem durante a vida de um organismo, desde que se forma até à produção da sua própria descendência. A nível celular, a interfase e a fase mitótica exemplificam bem esse fenómeno. A alternância de fases nucleares é outro ciclo, dos muitos que existem a nível biológico, como por exemplo, o da respiração, o da alimentação, o da circulação do sangue, etc.
Conclusão
Todos os seres vivos estão ligados entre si, por princípios de função, de estrutura, de origem, de evolução, de organização, de trocas de materiais e energia e por ciclos naturais. Esta unidade fundamental subjacente na enorme diversidade da vida está encerrada em cada célula, em cada DNA, onde as suas principais características são a universalidade e a variabilidade.
Bibliografia
NICOLAU, P. B.; AZEITEIRO, U. M. (2001) Introdução à Biologia, Universidade Aberta, Lisboa.
SILVA, A. D.; GRAMAXO, F.; SANTOS, M. E.; MESQUITA, A. F.; BALDAIA, L.; FÉLIX, J. M. (2006) Terra, Universo de Vida – 1ª Parte, Biologia, Porto Editora, Porto.
WIKIPEDIA, (Visitado em: 03 de Novembro de 2007), portal da Biologia, Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia.