terça-feira, novembro 02, 2010

Acerca da felicidade e da educação


É necessária uma mudança urgente de paradigma acerca das nossas acções e determinações. A verdadeira felicidade, aquela que é perene, não pode ser uma manifestação elevada e requintada do egoísmo, representada nas suas expressões mais doentias, como a valorização imponderada dos objectos materiais e a ânsia pelo poder e pelo ter. Estes aspectos são autênticos instrumentos do capitalismo consumista, sábio e mágico manipulador do desejo e da ilusão, com o intuito de criar um prazer efémero às pessoas, um gozo que é dependente e insaciável, tal como convém, tornando-as escravas desse ciclo vicioso que destrói a identidade de cada um de nós, dos outros seres vivos e do planeta, para o benefício de uma pequena elite, inebriada com a “graça divina”, criada à sua imagem, o venerável deus da economia de mercado, desregrado de qualquer princípio ético e humano.

A verdadeira felicidade está nas coisas simples, na relação do eu com os outros, do eu para com a natureza, do eu para comigo próprio.

A auto-observação dos nossos actos, pensamentos, desejos e emoções permite discernir o certo do errado, o verdadeiro do falso, o melhor do pior, o mais do menos importante relativamente a nós e ao planeta. Esta espécie de meditação constante sobre a vida é uma das vias para o progressivo desapego desta hipnose global, extasiada pelo incenso consumista, que produz todo o tipo de separatividade, guerras, fome e miséria.

A Educação será uma mais-valia no processo e na relação do Homem - homem, Homem - Natureza. Uma boa educação para a sustentabilidade dos recursos naturais e para a integridade de ser humano, como pessoa sensível, humilde, cooperante e ao mesmo tempo, forte, independente e líder de si próprio, poderá contribuir para um futuro com uma humanidade mais fraterna, justa, sábia e feliz e um Ambiente mais sadio. Até lá… o trabalho tem de ser feito pelos pioneiros, com o esforço reforçado de desaprenderem quase tudo, ou seja, destruir as ligações neuronais já fortemente atadas, para reconstruir novas ligações capazes de alterar o ADN do seu comportamento e maneira de ver e sentir o mundo.

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