sábado, novembro 06, 2010

Educação – o antes e o depois


Muitos de nós, senão a grande maioria, tivemos uma educação orientada para sermos os maiores. Quantas vezes nos disseram: «olha para aquele sujeito… tem uma grande mansão, uma “bomba” de um carro, uma mulher (homem) bonita (o) e possui uma enorme influência. Tens de ser como ele!» Ora o objectivo desta educação era destacar-se pela riqueza, pela posse de bens materiais e, quanto mais o sujeito possuía, mais admirado era. Sabe-se que para atingir esse patamar, muitos homens mergulhavam todas as suas vidas numa áurea egoísta. Competiam ferozmente, como selvagens, passavam por cima de todos, como vultos superiores e não olhavam a meios para atingir os seus fins. Não conheciam (viviam) a ética e exploravam os recursos humanos e ambientais até à exaustão. O seu objectivo tinha de ser alcançado a todo o custo. Loucos… como eram escravos de si próprios e tolos, todos aqueles que continuam agarrados a este ciclo vicioso, que repercute essas condutas, indiferentes à beleza das emoções compartilhadas, do brilho do sol que trespassa as folhas de uma Caducifólia em tons de Outono e da queda de água que alimenta todo o ecossistema de um vale milenar.

Toda essa educação levou à competição, ao apego, à guerra, à segregação, à injustiça, ao ódio, à inveja, ao medo, à raiva, ao orgulho… à ignorância. Isto não quer dizer, que esta educação não tivesse a sua importância em relação à evolução humana, num determinado percurso histórico e pessoal. No entanto, no actual momento e dado a consciência que temos sobre as acções que provocamos aos outros e ao ambiente, o paradigma terá obrigatoriamente de ser outro. Essa mudança deve ser pessoal para alcançar o global. Não se consegue mudar o mundo se cada um de nós continuar a contribuir para a catástrofe. Se queremos mais equidade, justiça e solidariedade e se queremos viver num ambiente mais sadio, harmonioso e belo temos de ser mais sinceros, fraternos, cooperativos e exigentes nas nossas acções. Não podemos esperar que o outro mude para fazermos alguma coisa. Sejamos um exemplo de ética e cidadania. O verdadeiro e novo reconhecimento não está num topo de gama ou numa roupa de marca. Está no exemplo que cada um dá de si aos outros e ao Planeta. Quando esta realidade tomar maior expressão, irão ouvir-se muitas vezes os comentários: «olha para aquele indivíduo… honesto, humilde, fraterno, sempre pronto a ajudar quem mais necessita, cuidadoso nas relações que tem com os outros e com ambiente… um sábio, um grande Homem».

1 comentário:

JOAQUINA VIEIRA disse...

PARABÉNS...
Muito boa esta sua exposição...
Sem duvida, que o que começou errado em nós, foi a educação, pelo menos para a maioria...

um abraço, joaquian