quarta-feira, dezembro 28, 2005

Miséria Humana

Ó miséria humana
Que te alimentas do ódio
És dor que racha o peito
Daquele que mergulha no lodo
Para salvar o irmão do ópio.

Ó miséria humana
Que te alimentas do terror
És dor que despedaça a alma
Daquele que procura
A Luz, o Caminho e o Amor.

Ó miséria humana
Que te alimentas da ignorância
És dor profunda
Daquele que já transpôs
Os meandros da ilusão
E se transfigurou
Numa Luz em abundância.

Ó miséria humana
Que te alimentas da separação
Não existe uma razão
Para que tu me faças sofrer,
Pois o tu e o eu não existe
Só o Uno consiste
Para lá do ter.

Ó miséria humana...
Espero que um dia
Possas vir morrer á fome.

Jorge Moreira – Dezembro 2005

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Boas Festas

 
Celebração do Solstício de Inverso
Desejo a todos, um Feliz Natal, repleto de Luz, Paz e Amor.
São os Votos de Jorge Moreira.

(Foto - Gaia – Jorge Moreira)

Esperança

Quando a Natureza parece falecer
Não deixes apagar a luz da Esperança
Novo ciclo há-de nascer
Do Amor, da Sabedoria e Bonança.

E se Ela já se tiver extinto
Sê a Fénix que das cinzas renasce
Procura a Luz profunda para lá do instinto
Que o nascimento do Cristo em ti faz-se.

Jorge Moreira Natal 2005

quinta-feira, dezembro 08, 2005

A Criação

O Sol
Com olhar cristalino
Com coração ofegante
Inicia o ritual
Mais sagrado da vida.

Pinta o oceano
Com línguas de Fogo,
São beijos que irradiam
Da chama do amor eterno
Que cantam e encantam a alma.

O momento desperta o carmim
Da fusão dos elementos,
O fogo penetra o mar
O transcendente no imanente.

Solta-se um gemido
Com mil emoções contido.

Elementais jubilam ao amor
Num sensual festim inocente.

Quem assiste à sinfonia
Fica deslumbrado
Com a imensidão da beleza contagiante,
Que se transmuta
Num último fluído esmeralda,
A eternidade contida no instante.

Aparecem lágrimas de prata,
De alegria,
Essências cintilantes, lindas
As filhas, as estrelas…

Jorge Moreira – Novembro/Dezembro 2005

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera

 
Aconselho vivamente a verem este magnífico filme de cariz Espiritual e de uma Beleza rara, que foi colocado à venda nas bancas por um preço bastante acessível.
Para mais informações clicar no título.
Foto do filme retirada da Net.

quarta-feira, novembro 30, 2005

Lembrar Pessoa

 
(...)
Pois essa Pedra Cúbica partida
E a minha alma em luz pura resolvida
Eram a mesma coisa, era a verdade.
(...)
Ah quanto, quanto
Esforço antigo e doloroso o erguera
Da pedra bruta que era,
Talhado com trabalho e irado pranto
Até que o cubo certo se fizera.

E agora, concluída a magna obra,
Feito o perfeito no que é pedra e haver,
Onde é que está o coração que sobra?
(...)
E a pedra cúbica, perfeita era
Contudo aquela que se negara.

Fernando Pessoa
Foto tirada na Net. Posted by Picasa

Apresentação dos Livros Hinduísmo e Budismo pela Autora Lubélia Travassos

 
A açoriana Lubélia Travassos desloca-se ao Continente para apresentar os seus mais recentes livros dedicados às Religiões Hinduísmo e Budismo.
Estará no Porto no próximo dia 2 de Dezembro e no dia seguinte em Lisboa.
Para mais informações clicar no título ou visitar os sites: http://www.editora-anjodourado.com ; http://sociedadeteosoficadeportugal.blogspot.com

terça-feira, novembro 29, 2005

Homenagem a Adelaide Cabete


Convido a clicar no título, para visitar uma magnífica homenagem realizada pela autora Risoleta Pedro, à grande Mulher que foi Adelaide Cabete.
(Foto - Serigrafia de P. Velasques)

quinta-feira, novembro 24, 2005

Rio Minho - Cerveira

 
Jorge Moreira Posted by Picasa

Avalon

Só o Sábio Sacerdote
Consegue vislumbrar
O caminho sinuoso
Que leva à morada
Do Amor, da Luz,
Da Paz profunda.

Só ele é capaz
De contemplar
Tamanha beleza
Contida na Chama
Da Mãe Natureza.

Só ele serve
De veículo à Deusa
Afim de dissipar o mundo
De tanta tristeza.

Só ele guarda
A chave da caravela
Que navega ilesa
No imenso oceano de paixões.

Só ele dissipa
As brumas que ocultam
Do olhar profano
Uma ilha intemporal
De beleza primordial.

Só ele sabe
A felicidade da justa acção
Porque Avalon brilha
Com todo o esplendor
No seu Coração.

Jorge Moreira – Novembro 2005.

segunda-feira, novembro 21, 2005

Kate Bush - Aerial


O esperado regresso de uma grande Senhora com o album Aerial.
Clique no título e visite o magnífico site oficial.

domingo, novembro 20, 2005

Por do Sol em Caminha

 
Jorge Moreira.
Ilda, obrigado pelas fotos...deixo aqui o meu contributo. Posted by Picasa

Haikai - Perfume

Gotículas de amor, que
Tocam a sinfonia das esferas…
O Perfume da Chuva.

Beleza que desperta na alma,
A força da fusão…
O perfume de mulher.

Brisa de luz
Que floresce…
O perfume matinal.

Jorge Moreira - Novembro 2005

quinta-feira, novembro 17, 2005

Lua em Cerveira

 
Jorge Moreira Posted by Picasa

Lua

Luminária Mãe
Oblata de prata dourada.
Astro que cresce, que minga, que desaparece.
Luz de reflexo ancestral
Da rainha princesa das marés.
Ao longe um uivo ecoa
E contempla a musa dos amantes.
O ciclo passivo que voa
Na nova e cheia como dantes
A misteriosa mulher que És.

Jorge Moreira – Novembro 2005

Flor

 
Jorge Moreira Posted by Picasa

quarta-feira, novembro 16, 2005

Flor de Lotus

Ondina apaixonada
Com pétalas de ternura
És um beijo delicado
Com gotas de frescura.

Ondina apaixonada
De perfume oriental
És a flor Alquimia
O trilho universal.

Ondina apaixonada
Que encerra a beleza sem luto
Desabrochaste em ti
A essência do Absoluto.

Jorge Moreira - Novembro 2005

terça-feira, novembro 15, 2005

Horizonte

  Posted by Picasa
Jorge Moreira

A Unidade da Vida

“O mundo? Simples gotas
de luar caídas
do bico da garça.”
Dogen

O Que é a Vida?

Primeira Análise

Esta pergunta, não permite respostas simples, na medida em que a Vida, não pode ser definida por um critério único. No entanto, a palavra Vida, é normalmente usada para definir uma variedade de propriedades e processos naturais, comuns a todos os seres vivos, tais como: serem constituídos por células, terem estruturas complexas e altamente organizadas, possuírem a capacidade de desenvolver uma grande variedade de actividades, receberem e transformarem energia do ambiente, descartarem produtos residuais, executarem uma grande variedade de reacções químicas, encerrarem qualidades de entropia e homeostáticas relativamente a variáveis do meio envolvente, reagirem a estímulos, adaptarem-se, reproduzirem-se, nascerem, crescerem, desenvolverem-se e morrerem.
Embora esta compreensão pareça complexa, ela só traduz os fenómenos da Vida num campo muito superficial e restrito, a nível físico, ignorando a natureza de uma série de forças subjacentes, existentes em outros estados da Realidade, que actuam sobre o organismo.


Segunda análise

O Ocultismo diz-nos, que a Consciência e Matéria são dois pólos opostos da Realidade Una, Purusha e Prakriti, as verdades, subjectiva e objectiva do universo. A manifestação e a Vida, como nós presentemente a reconhecemos num ser organizado, não é mais do que o campo de intercepção entre esses dois pólos.

Enquanto Atma se encontrar ligada a um veículo físico, este por sua vez, encontra-se com Vida. Mas quando Atma abandona o corpo, o contacto é quebrado e a intersecção cessa, o corpo torna-se meramente num aglomerado de matéria, um agregado de átomos e moléculas que segue as leis da matéria inerte. E como não existe, as forças para manter o veículo organizado, ele desintegra-se.
Este facto, funciona também para com os outros veículos temporais, o Astral e o Mental inferior, na medida em que, quando o Jivatman deixa de actuar sobre estes corpos, eles simplesmente desagregam-se ou morrem.


Terceira análise

Nos mundos espirituais elevados da Individualidade, onde os veículos são atómicos, o fenómeno da Vida, como nós a entendemos, não existe. Não há um veículo organizado, da maneira como o concebemos. Não se pode dizer que o produto da interacção da consciência com a matéria afecte os veículos, pois é um facto, de que os veículos superiores, não estão sujeitos à roda dos nascimentos.
Portanto, as características onde reconhecemos a Vida, está confinada aos três planos, onde a personalidade temporal funciona e os corpos estão sujeitos ao ciclo do nascimento, crescimento, velhice e morte.



Quarta análise

A doutrina Secreta de H.P. Blavatsky, diz-nos que: “Tudo é Vida e cada átomo, até o do pó mineral, é uma Vida, embora esteja acima da nossa compreensão e percepção. A Vida encontra-se em todas as partes do Universo, como se encontra também no átomo”.
A Doutrina Oculta afirma, que todas as Forças têm sua origem no Princípio Vital, sendo a Vida, um dos aspectos da VIDA Única Universal. Por isso, a Vida é a expressão materializada, nos Veículos temporais, da VIDA que é o próprio Absoluto.
O Bagavad-Gita diz-nos ainda, que: “Deus é um com tudo o que existe, ainda que os nomes e formas possam variar”.
No Homem, Deus reside em cada um, como Atman. Curiosamente, na cultura indiana, existe um cumprimento muito especial, realizado com as mãos em forma de prece, junto ao coração, seguido da palavra Namaste. Esta saudação significa: “O Eu Divino que em habita mim, saúda o Eu Divino que em habita ti”.


Conclusão

Actualmente o conceito de Vida, tem vindo a evoluir. Stephen Hawking define-a da seguinte maneira: “Um sistema ordenado que se pode sustentar contra a tendência à desordem”, ultrapassando assim, os limites da visão da Vida, como pura e simplesmente orgânica.
Hoje já se fala da vida dos minerais, seres desprovidos de células; da hipótese Gaia, que vê todo o planeta Terra como um Organismo Vivo; dos mistérios do Sol, fonte de toda a matéria e energia que mantém e protege a vida; do princípio Antrópico; de Dimensões superiores à nossa consciência; da Matéria Escura que envolve e conduz o Universo, etc.
No entanto, é necessário recorrer à Sabedoria Eterna, no que respeita à Manifestação do Universo, para termos uma noção mais ampla da Vida. Ela diz-nos, que só há uma Realidade Última da existência e que os diferentes aspectos, tais como a consciência, a mente, a matéria e a Vida, são derivadas dessa mesma Realidade Una. Outro aspecto, é que nunca poderemos ter uma visão correcta acerca das coisas, a não ser, que saibamos que o todo está na parte e conheçamos, onde e como, aquela particular parte, cabe no todo. Neste sentido podemos recorrer, à frase gravada na entrada do Templo de Delfos: “Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”. Assim, podemos comparar o Ser Humano como um conjunto de Veículos Organizados Vivos, sob a Influência de uma da Mónada, sendo esta, uma partícula inseparável da Expressão da VIDA do Absoluto.

A Unidade da Vida pode-se encontrar em todas a dimensões. Nas características de um átomo, nas propriedades de uma molécula, na tarefa de uma célula, na função de um órgão, na organização de um veículo, na evolução de uma Mónada, na fertilidade de uma família, no aperfeiçoamento de uma espécie, no papel de um ecossistema, na maravilhosa Interacção dos Reinos da Natureza do planeta, na Dádiva e Protecção do Logos Solar, na Actividade de uma Galáxia, nos Propósitos do Universo, na Sílaba Sagrada Aum e no Amor do Absoluto.

A Unidade da Vida, nas perspectivas de uma Origem comum, de uma Realidade Maior que a tudo abarca, da existência de um Plano superior – que possibilita a permuta constante, a Organização e a Evolução de tudo o que existe no Cosmos, que é extraordinariamente perfeito, infalivelmente justo e de uma beleza imensurável – está presente nas Religiões como o Budismo, o Hinduísmo e o Taoísmo; nas correntes esotéricas do Cristianismo, do Judaísmo e do Islamismo; nas Escolas de Mistérios; na Teosofia; nos movimentos new-age; no Ambientalismo; na Física de Einstein, bem como na Quântica. Pode ter inúmeros nomes como Deus, Alá, Brahman, Tão, Absoluto, Big-Bang, Logos, Inefável, etc.

A percepção desta Realidade Última só pode ser encontrada, se conseguirmos transpor o maior obstáculo que é a personalidade, foco de toda a ilusão, da separatividade e do apego, através de uma experiência transcendente mística de União e entrega para com o Divino, do esquecimento completo do eu, de um sentido de Serviço profundo, de uma Compaixão para com os outros seres, de uma busca constante pela Sabedoria, e por fim, de um sentido de Ética vivido plenamente.



“Quando te ergues no horizonte oriental
E enches todas as terras com a tua beleza […]
Embora estejas longe, os teus raios estão na Terra.”

Akenáton
Hino ao Sol (c. 1370 a. C.)




Jorge Moreira

(Maio de 2005)



Bibliografia:

“O Bico da Garça” de Dogen (1200-1253), retirado do livro:“Vigília em Impermanência - Poemas Zen do Japão”, de Lucien Stryk e Takashi Ikemoto,

“ Glimpses into the Psychology of Yoga” de I. K. Taimni,

“Bhagavad – Gîtâ”,

“A Unidade da Vida” de Luiz Cláudio Dias,

“A Vida no Universo” de Stephen W. Hawking,

“Biliões & Biliões” de Carl Sagan,

“A Doutrina Secreta” de H. P. Blavatsky,

“Glossário Teosófico” de H. P. Blavatsky,

“Gaia – O Maravilhoso Planeta Vivo” de Jorge Moreira.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Foto - Castelo de Almourol

 

Jorge Moreira Posted by Picasa

Poema - Castelo Templo

Tempo ancestral, tempo de nostalgia
Cavaleiro monge me via
Cruzar a floresta
Com Cristo e Mestria.

Para lá, o Reino de Neptuno
Protegia um Castelo Templo
Iluminado com a centelha do uno
A filigrama que ainda hoje contemplo

Só Pegassus me poderia ajudar
A transpor esse elemento
Para alcançar a Dama Dolcinea
O Graal e o firmamento.

Jorge Moreira 2005/2006

sábado, outubro 29, 2005

O Simbolismo da Água

Reflexões sobre O simbolismo da Água – Uma perspectiva pessoal


Para começar este trabalho do Reino de Possêidon ou Neptuno, é importante salientar que é pela acção do Fogo (Solar e Terreno) que a água se encontra no estado líquido e é sob essa perspectiva que a vou tratar. Pois ela também pode ser mais densa, sólida (gelo) ou mais subtil, gasosa (vapor de água) ou ainda mais além…. Isto traduz-se numa perspectiva de relação e interacção dos diversos planos, veículos, etc.

A água Terrena é simbolicamente o estado primordial do cosmos. No princípio o universo era unidade, Arupa (sem forma), tal como a água. O Logos trabalha para que dessa “Água” brote formas, veículos, que irão ser mais densos, quantos invólucros formarão esse ser. Isto é, no “Mar” primordial cósmico e divino, o Absoluto dividiu-se em si próprio, como pequenas gotículas e simultaneamente esculpiu formas. Dessas formas, envolveu-as com “matéria” cada vez mais densa, para que a aparência fosse mais “solida” e definida.
Esta manifestação chama-se a descensão do Espirito à matéria, Emanação, ou seja a “incarnação” do Espírito divino nas diversas dimensões/planos existenciais. Por isso, Nós no nosso “Veículo mais subtil”, que já não é corpo, somos o Próprio Logos.
É importante no entanto salientar, que o Homem já não pertence a este caminho descendente, mas sim, já ao seu retorno, ao Ciclo Ascendente da Consciência material à Espiritual. Depois da Gotícula do “Mar” cósmico ter experimentado, vivenciado, tomado consciência nos diversos planos mais “grosseiros”, vai se metamorfosear e largar as “cascas”, uma a uma, até se ter integrado novamente no “Oceano” cósmico, levando consigo a Sabedoria Existencial dos subplanos da sua própria existência. Resumindo, isto é a Evolução.
Analogamente a gota que se evapora do oceano vai “viajar” pelo ar até se precipitar sobre a terra. De seguida, junta-se a outras gotas, sucessivamente até se formar um rio (a Fraternidade) que irá desaguar no mar (o Amor) donde saiu, levando consigo ao longo do seu caminho (único, o próprio), toda a experiência do contacto com outros meios, o SAL. (A água pura evapora-se na totalidade; a água que percorreu o seu caminho, evapora-se deixando o conteúdo que absorveu, o sal…).
A água é indivisível. Quando uma gota de água individual cai no oceano, não deixa de ser o que era, mas além disso, é todo o oceano. Da mesma forma o homem evolui da forma humana individual para uma cósmica, onde a sua consciência como indivíduo é fundida na consciência mais alargada, colectiva, enfim a Consciência cósmica do Logos. Um Logos Solar tem a plena consciência de todas as manifestações que ocorrem nos seus Planetas, desde a purificação milenar da hulha em diamante, até á vida complexa ao segundo, de cada Ser Humano. Isto é, o Logos Solar é todo o Seu Sistema, cada partícula, cada átomo, cada Ser.
A Natureza é constituída por sete elementos. Normalmente conhecidos: a Terra, a Água, o Ar e o Fogo; pouco conhecido: o Ether; e ainda mais dois elementos desconhecidos.
Estes Elementos estão em consonância simbólica com os sete princípios constituintes do Homem e do próprio Universo. Em relação aos primeiros, à sua constituição quaternária inferior e impermanente, a Terra corresponde ao Corpo Físico; a Água ao Duplo Etérico (fisiológico); o Ar ao Prana (Vida) e por sua vez, o Fogo ao Kama (psíquico).

Não podemos, no entanto confundir, a água física como elemento constituinte do plano Astral, pois a água como a vemos no Plano Físico, é física, mas as suas características etéricas, repercutem-se no Plano imediatamente a seguir ao físico. Ou seja, em cada Plano de Manifestação, existe a respectiva matéria, correspondente do Plano Físico, mas num grau de subtileza consequente a esse Plano.

Temos dois excelentes exemplos, como principais características da correlação Água - Duplo Etérico. O primeiro é a Aura; quando o Corpo Físico é mergulhado, a água envolve-o na sua totalidade, tal como o Invólucro Astral. O segundo é a excelente condução e transmissão de energias, como a calorifica, a magnética, a telúrica, a psíquica, entre outras, por parte da Água.

A limpeza (voltar á origem) é outro factor determinante da água. Ela não só limpa as impurezas do Corpo Físico, como também de outros veículos. São bons exemplos religiosos, o Baptismo (a libertação simbólica dos “pecados” das vidas anteriores) e outros Rituais específicos.
A limpeza no Plano Planetário tem como exemplo o dilúvio.
A Aura da água purifica e revitaliza o Duplo Etérico. Além de absorver as energias supérfluas e prejudiciais, liberta outras de natureza precisa e benéfica existentes na Natureza.
A salientar ainda, que a limpeza dos cristais utilizados pela cura é também feita com água e sal.

A Água é simbolicamente feminina, como nos mostram as figuras predominantes dos seus elementais: Ondinas, Fadas, Ninfas, etc.
Ela é a Mãe da Vida no nosso Planeta (Gaia). Além de cientificamente demonstrado que foi neste meio (útero) que a vida como nós fisicamente conhecemos nasceu, esta própria vida é sustentada por ela. Os Rios são as veias que levam os “nutrientes” indispensáveis aos Seres vivos. Não esquecemos que o líquido amniótico é também constituído na sua grande maioria por água. Mas voltemos atrás. Através dos outros elementos e energias, a vida nasceu no oceano líquido existente no Planeta, tal como a Vida surgiu do Oceano Cósmico que reina no Universo. Evoluiu para formas mais densas, mais complexas, mais materiais, para fazer “surgir” a consciência capaz de inverter esse mesmo processo. Assim, a evolução permitiu chegar ao Homem e irá continuar para colmatar o grande Ciclo….

A ciência demonstra que o hidrogénio é o elemento primordial que existe. Ele está espalhado como um “oceano” por todo o Universo. É claro que o hidrogénio é o invólucro físico da matéria realmente primordial, o “Mar Arupa”, o Próprio Logos. Ora este hidrogénio é transformado no Athanor Alquímico das Estrelas em outros átomos físicos mais pesados, entre eles o oxigénio. São precisos oito átomos de hidrogénio para formar um átomo de oxigénio. Por conseguinte, a molécula da água H2O, corresponde a dez átomos primordiais de hidrogénio, ou seja a representação cósmica, criadora e evolucionista da Árvore Sephirotal da Cabala. Além disso a molécula da água, dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio, é em forma de delta, símbolo da tripla manifestação do Logos. Estes elementos, individualmente gases, são mais subtis que a água, que é liquida (mais um exemplo da Emanação, dos planos mais subtis, aos mais concretos). O Oxigénio é o elemento indispensável à vida inteligente no nosso Planeta, e é o principal responsável, para haver fogo (químico), representação terreno do Fogo Alquímico Solar.

Por Último, sabemos que o nosso corpo físico, embora simbolizado pela Terra, é constituído por outros elementos como a água, o ar e o fogo. No entanto, cerca de 70% da sua constituição é de água e 85% da mesma constitui o cérebro. Da mesma forma, a superfície terrestre, é constituída na sua maioria por água. A água é também o elemento dissolvente universal. Como se vê, a água é predominante. A sua natureza simbólica e concreta, é das mais importantes para traçar o nosso caminho. Deixemo-nos Intuir por Ela.

04 de Julho de 1998

Jorge Moreira


Bibliografia: BLAVATSKY, Helena; “Glossário Teosófico”

Música: Durante a leitura: “NAGLE, Paul; “Memory of a Day”

Final: OLDFIELD, Terry; “Hear My Plea”

Texto reeditado no Blog: Plagiadíssimo

sexta-feira, outubro 28, 2005

Foto - Praia da Luz, Algarve

 
Jorge Moreira

Man and Nature

Science and tradition in environmental consciousness

When you pluck a petal out, you grab not is beauty.
Rabindranath Tagore


When the decision was made to make “ Man and Nature “ the topic of this Seminar,
two opposite ideas arose in my mind : on the one hand, the beauty, meaningfulness and harmony of Parque Biológico of Vila Nova de Gaia, one of the best environmental showcases in Europe; on the other, the dismal desolation and destruction operated by mankind upon Nature. These two examples thorougly reflect the present evolutionary state of Man. We can find on one side, an overwhelming majority, deeply immersed in ignorance, mesmerized by the affluence society we live in, turns enslaved to the ongoing acquisition of material and stimulating goods, so breething an insasiable greed, capable of overexplore the limits of our natural resources. On the other side, it is to be found a small group of sensible people, sharing a holistic view of the world, fighting to save Nature and Man from its inferior Nature.


I : MAN THE TRANSFORMER OF NATURE

We lost touch with our ecological and biological basis, this separation being manifest in the disparity between scientific and technological knowledge, and the Wisdom arising from Spirituality and Ethics.
Fritjof Capra

Free Will is one of the main characteristics of Man, after individualization is reached : the ability to use his own capacities to walk down a path, to transform or adapt anything according to his will.
Mankind in its present status is made out of a large group of individualized Egos, already gone through a part of the Path, after they left the animal level status. Therefore and as a result of his present evolutionary state, a strong animal drive is still to be found in his behaviour and instincts, though no more under the guidance of the previous Group Soul he was incrusted into. As a result, the free-willing but materially-oriented present Man, usually acts in a most egocentric way, guided by such impulses as those of desire, envy, pride and attachment, which generate huge astral and mental energy fields and haunt, influence and amplify the negative behaviour of visible and invisible beings, thus creating an omnipresent condition of stress, hate, anger and violence which disharmonize Nature in is entirity. All these sort of influences encourages man to look down onto his navel, to his inferior chackras, in order to satisfy his, in order to satisfy at any cost his ever–changing desires, even if it means killing, destroying or harming his fellow-creatures or any other species on the planet.

a)The Creative Force of Nature

The technology of the future is nowadays’ magic.
Arthur C. Clarke

Quantum physics bridges science and mysticism. Thy physicians have actually realized that the Universe may be inetrconnected in a subtler way than previously imagined. New discoveries allow us to go into the physical subplanes which nearly touch the etherical levels. New states of matter such us the plasmatic and Bose-Einstein condensed show it. He latter refers to those atoms the behaviour of which shows an ondulatory pattern more than a material one. As a consequence of the discovery that shows that at a subatomic level, particles and waves have non-local and instantaneous conexions, Bell proves the unity, interconexion and inerdependence of the Universe. Even when placed wide apart, particles that had previously been united, show the very same characteristics as if they had never been separated, just like there were some kind of special interconnectedeness binding them together, beyond the realms of space and time. Objects are not static. They are considered to be “Waves of probability”. Although mathematically it can be foreseen how these possibilities will evolve, one can never be sure how exactly they will be actualized. Consciousness forces the collapse of these possibilities into something concrete, thus being integrated by quantum physics in the cosmic equation, as the element that actually “chooses” among the different possibilities of actualization of those probabilities : it os Her that creates and shapes matter. Therefore, Man being an active center of consciousness, has the capability for changing matter, as well as the extraordinary possibility of integrating nowadays’ science in future technology.
Let us keep in mind that our present is shaped and guided by discoveries made in the past. One wonders what future will keep in store, driven by quantum technology shaped by consciousness !

After all, what is Consciousness ?

Radha Burnier, our President, tells us that consciousness is multifaced, revealing itself either as mental activity, intelligence or solidarity. These factors can actually be found, in diffrent degrees of evolution, both in Man and in Nature. Plants and animals, though in a lower degree, are part of the unified Consciousness. Therefore it is essencial that each individual gets aware that his / her attitude may indeed interfere with the course of things. A sense of ehtics anchored in spiritual unity and universal fraternity is mandatory.


b) Reflexions on Genetics Engineering

Genetics Engineering is a science that can either be used for the benefit of mankind and the living beings in general or with selfish intentions. Whatever the situation, one can’t help considering that even the intentions of researchers are noble, they are nothing but sorcerers apprentices, ignoring processes and implications which arise from the strict application of the laws of Nature.
Genetics manipulation will not be a safe technology unless when Man begins to get a glimpse of his full constitution beyond the material body.
Other vehicules have already been discovered, such as the Bioenergetic, the Emotional and the Ego itself, and only when Man will be able to access them consciously, will he be able to manipulate their different kinds of matter, according to the Divine Plan. The ordinary ego, still unable to control the mechanisms of its own progress, still relies both on the Law of Karma and Evolution to access incarnation.
When conditions are ripe, each Ego ready for incarnation, casts an impulse of creative energy which generates an attractive force between the embryo and the Ego.
Afterwards the building f the inferior vehicles starts to take place, under the supervision of the Devas. It is a well-known fact that in theis inicial phases, both men and animal embryos are virtually undistinguishable, until the Logoic energy comes in play and pressuring matter to assume a form more in line with the goals of human evolution and needs. These facts show that the building and the vivification of the Human Body is accomplished from top to bottom, from the Ego to the Physical and not the other way round, due to the negative implications that a being still attracted by selfish demands, would bear on itself.
At the present time, human cloning would have an obscure side on itself and could be dangerous for mankind :
-the utilization of Man’s physical bodies by low astral entities, usually known as “possession”;
-the utilization of these bodies by elementars, closely linked to physical matter, delaying human evolution;
-the creation of a being without a Divine Spark, becoming an unethical cold, materialistic and animal-like creature;
-a second-class being which could be enslaved by mankind;
-a war-machine which could replace soldiers in battle;
-a being used by religioius sects to fulfil their intents;
-a multitude of similar faces, jamming the usefulness and richness of diversity;
-genetic malformations which would inevitably arise;
-the creation of disposable beings which would serve as mere organ donators;
-the anihillation of a multitude of beings due to “production failure”, and so on.
Besides these, other questions arise :
-would the cloned being be considered as a full human being ?
-would this kind of reproductive method draw people further apart ?
-what would the cloned psychology be like and how would it affect its relationship
with society ?

Another ethical problem to be considered is the uncontroled abuse of the embryo, by the entities who clone it. This embryo is the physical principle of the human life and is the recipient of human characteristics. Its regular development will never procduce a dog or a flower, but a human being. Althouth the Ego takes possession of its vehicles only around the 7th month of pregnancy, when they are ready to be taken over and allow a magnetic bond to be formed, the conexion between Ego and embryo akes place in the very moment of conception. When a human embryo is being manipulated, one mustn’t forget a human life is being worked upon .
Genetics engineering will only be a surplus to mankind, when the occult laws and the real structure and purpose of Nature is known as a reality.


III. Man in Harmony with Nature


Fraternity is a reality in Nature, with we perceive it or not;
The meaning of the Only life amidst diversity lies in it.
N. Sri Ram

So that Man may live in harmony with nature, it is necessary both to defend and live under the three goals of the Theosophical Society :
-To form a nucleus of Universal Fraternity without distinction of race, sex or colour;
-To promote the comparative study of Science, Religion and Philosophy;
-To investigate the unknown laws of Nature and the concealed powers of Man.

These goals are the key to it all. Theosophy unifies every aspect os the Manifestation of the Absolute : Unity within a coherent interconection with diversity. Furthermore, it allows us to discover the true laws of Nature and Man, through a global binding of all its members, that form a capsule of light within Mankind. It is a collective job, inspired upon the Masters, the Elder, who work in benefit of Mankind accordingly to the plan of the Logos. Man as well as Nature is a multi-dimensional being and so the Theosophical work includes every Plan of Nature.

a) Man and its true inner Nature
A higher destiny awaits you.
The light you bear hides the light you are.
The Upanishades.



The main features of the concrete mind are :
-the catalogation of every form it grasps, thus promoting separativeness;
-the habit of self – centering, as a result of the sum of past lives experiences.
On the other hand, the sense of unity can only be found through the use of the Spiritual Mind. This Mind allows Man to search continuosly within himself for the noblest of his qualities, hidden among the whirlpool of his passions, desires, and random thoughts, so encouraging him to glimpse his own True Nature, which binds him to the Whole, independently from the ocean of mutable forms behind which it lies hidden.
One could certainly ask if this isn’t a form of selfishness.
In my opinion, it isn’t , at least, in the present degree of evolution.
This introspection allows one to identify himself with the Other, as this separetiveness is non-existent at the highest levels of Manifestation. It further allows one to make blossom real positive feelings, such as Love and Compassion.
Because, after all, who can really devote himself to help others, without having a trully pure heart and an open mind ?


b) Man and his outer nature

When appreciating Nature – ours and the Creation’s – to its full extent,
With our senses and spiritual imagination, we manage to glimpse, as
Bright as the sun, the infinite image of God.
Al Gore.



The ecosystem which envelops our vehicles and of which we are both a particle and the whole : that’s what I call the Outer Nature.
James Loveloce was the scientist who, in present times, developed Gaya hyphothesis : the whole earth system self-regulates itself, just like if it was a living organism, managing to keep the balance among all its elements and forces in a perfect way, until the arrival of humans on Earth. To back this hypothesis, the scientific contributions in the fields of biodiversity and biogeochemistry, showing the perfect interaction and symbiosis between, not only living beings amongst themselves but also between them and their physical environment.
Biologist Michael Denton and astrophysicians Jacques Demaret and Dominique Lambert tell us about the Antropic Principle : it seem that, since the dawn of times, the Universe prepares itself for the arrival of Man. From the macrocosmos to the microcosmos, everything shows as a highly organized whole within a complex evolutionary system. Hazard explains nothing and everything comes into existence by mere necessity. The coming into being of the different species obbeys a clear and predetermined plan. The evidences for this scheme grow by the hour, within the framework of the present scientific knowledge. Mother Earth is the womb of earth life, but every single life unit on our planet depends on the Sun as its energetic source. It is the sun that produces the photosynthesis, the single most important chemical reaction taking place in Nature. A magnificient molecular symbiosis between mineral, vegetal and animal kingdoms, through which oxygen and luminous energy, originally captured by the cloroplasts of green plants, reach Manking under different forms, such as gas, food or the energetic raw materials, so in need in our society. Nuclear energy is also shaped in the alquimic oven of the stars, as hydrogenium, the basic physical matter of the Universe, is transformed into heavier elements, which form the brick structure of the whole universe. And there are other solar phenomena relevant to life, such as : the water cycle ( tthe veins of Gaya ) which vivifies the earth crust and provides the electrical power we depend on, the Heliosphere, a proctective Aura shielding life on Earh from lethl radiations coming in from space...
These are only some examples which we can obtain through present day science and which help us to understand the existence of an evolutionary plan, drawn by a Superior Intelligence, just like Theosophy teaches. Atoms, cells and organs are living entities which build up human bodies, as well as the living Earth we belong to, as well as the Solar system we live into, into an upward spiral that has no end. All these entities are alike in their divine essence, but in different evolutive degrees.


Conclusion

The rise of a number of diseases such as cancer, infertility, respiratory dificulties, bulimy, depression, etc., is due to pollution in the water we drink, in tbhe food we eat, in the air we breathe, in the emotions we convey and the thoughts we produce.The European Comission for Environment Affairs denounces that the economical powers behind society are so powerful, that the number of products made to last only for a short period of time , is immense, leaving behind a large trail of litter and pollution. It is up to each one of us to tread the path of sustainable consumption, in order to try to run away from this vicious web that drags the worls and its inhabitants towards an unprecedent disaster. As we merge into Nature, we confirm that it is merely the global conscience of every living being, working in a wonderful world of mutual relationships, where everyone of them is interwoven and wouldn’t survive isolated.
There is an occult Hierarchy which grasps the laws of the Logos. It is part of a Theosopher’s job to study, understand and mingle with all this process. The knowledge of the Universal Laws is capital to speed up the evolutionary process we live into. The true Theosopher respects every form of life. He takes care that none of his actions inflict injustice or pain upon others. He works to the glory of the Logos and the progress of Mankind. As every existence comes from the Divine Power, Man should work towards the elimination of every destructive tendences within. On Mother Earth, we find that tenderness, love and kindness are qualities that are part of the very core of ourselves and every living beings. Living according to these values means helping to preserve the Cosmic Harmony; and to be a channel of the Hierarchy of Compassion endlessly outpouring unconditional love upon the whole world.

Allow me to close this paper with a poem :

The garden and the house

Nothing was lost within me
Nights and sunsets
That flowed in the house and the garden,
The different voices go on
That upon my self linger.
I bring terror and light alike
And through every presence
I walk towards everlasting
Unity.
Sophia Mello Breyner. Jorge Moreira,
May 2002

Bibliography:

- Radha Burnier; “Regeneração Humana”
- Amit Goswami; “O Universo Autoconsciente”
- Fritjof Capra; “O Tao da Física”
- Luis Pellegrini; “O Homem, Alvo do Universo”
- José Fernando Monteiro; “O estado da Matéria”
- John Van Mater, Jr; “The Wisdom of Gaia”
- John Van Mater, Jr; “Our Place in Spiritual Ecology”
- Al Gore; “A Terra à procura de equilibrio”
- Germano da Fonseca Sacarrão; “A ecologia da luz e da vida”
- Khyentse Rinpoche; “Words of wisdom”
- Shechen Rabjam Rinpoche; “Mind enlightened”
- V. Wallace Slater; “Toda a Vida é Una”
- Tran-Thi-Kim-Diêu; Conversas informais em santarém sobre Genética.
- Sophia de Mello Breyner; “Obra Poética I”
- Jorge Moreira; “Algumas Reflexões sobre engenharia genética”
- Jorge Moreira; “A Vela”
- Jorge Moreira; “O simbolismo da água”
- Jorge Moreira; “O Amor como cimento do Templo”

quarta-feira, outubro 26, 2005

Poema - Segue aquele Ser

Emerge Irmão
Ergue-te do lodo
Segue aquele Ser
Que já abarcou o Todo

Segue aquele Ser
Que se ergue ao esplendor
Em mil pétalas
Cravejadas de Amor

Em mil pétalas
Como raios de Sol
Segue aquele Ser
Que é o nosso Farol

Segue aquele Ser
Na aurora, no entardecer
Segue aquele Ser
Faz-te reconhecer.

Jorge Moreira (25 e 26 de Outubro 2005)

quinta-feira, outubro 13, 2005

Visita a Portugal da Presidente da Sociedade Teosófica Radha Burnier

De 29 de Agosto a 4 de Setembro, a Presidente Mundial da Sociedade Teosófica esteve em Portugal.
Deu uma série de conferências e uma sessão de perguntas e respostas, em Évora e Lisboa.
Os temas foram os seguinte:
Mind the Slayer of the Real
The Future of the Theosophical Society
Thought, Mind and Meditation.

O Homem e a Natureza

O Homem e a Natureza



A Ciência e a Tradição na Consciência Ambiental

“Ao Arrancar suas pétalas,
Não colhes a beleza da flor”
Rabindranath Tagore


Quando decidimos que o tema deste Seminário seria “O Homem e a Natureza”, surgiram-me de imediato duas ideias antagónicas. A beleza, significado e harmonia do Parque Biológico de Vila Nova de Gaia, um exemplo Ambiental dos melhores da Europa; e a desolação da destruição massiva da Natureza pelo homem. Estes dois exemplos reflectem na integra o actual estado evolutivo da Humanidade. Uma imensa maioria, mergulhada na ignorância, hipnotizada pela sociedade de consumo, torna-se escrava da aquisição de objectos materiais e estimulantes, criando desta forma, uma ganância insaciável, capaz de explorar desenfreadamente os recursos naturais e poluindo o restante com desperdícios e resíduos tóxicos, derivados da transformação da matéria prima. Por outro lado, um pequeno grupo de pessoas sensíveis, com uma visão holística do Mundo, luta constantemente para salvar a Natureza e o Homem da sua natureza inferior.



I. O Homem Transformador da Natureza.

“Nós perdemos o contacto com a nossa base biológica e ecológica... Essa separação manifesta-se pela disparidade entre conhecimento científico- tecnológico com a Sabedoria da espiritualidade e da ética”.
Fritjof Capra

Uma das principais características do Homem inerentes à sua individualização, é o Livre – Arbítrio. A utilização das suas capacidades momentâneas, para percorrer uma via, transformar ou adaptar algo segundo a sua vontade.
A Humanidade actual, é um conjunto de Egos individualizados, com um certo percurso percorrido, após a sua origem desfasada, a partir do animal. Por isso e sendo uma consequência do seu estado evolutivo, ainda se encontra um forte magnetismo, pela sua natureza inferior, o quaternário mortal, mas já sem a orientação das Almas Grupo do Reino Animal. Por conseguinte, a acção do homem actual com livre – Arbítrio, mas mergulhado na sua ignorância e iludido pela matéria, Maya, pode assumir contornos altamente egocêntricos; como o apego, o desejo, a inveja e o orgulho; que criam enormes campos de formas astrais e de pensamento, que infestam, influenciam e amplificam o comportamento negativo de seres visíveis e invisíveis, criando um estado omni - presente de stress, ódio, cólera, violência, que desarmonizam toda a Natureza.
Esta influência, leva o homem a olhar só para o seu umbigo, os seus chakras inferiores, satisfazendo as seus desejos momentâneos, a todo o custo, nem que para isso, tenha de matar ou destruir, o seu semelhante ou outras espécies.


a) A força criadora da Consciência
“A tecnologia do futuro é
a magia dos nossos dias”
Arthur C. Clark

A física quântica dá-nos uma ponte entre a ciência e o misticismo. Os físicos já se aperceberam que de facto o universo pode estar interligado de uma forma mais subtil do que se poderia pensar. As novas descobertas, permitem-nos já penetrar nos sub-planos do Físico, que já interligam com o Etérico. Os novos estados da matéria, como o plasmático e o condensado de Bose-Einstein, são exemplos disso. Este último corresponde aos átomos que têm um comportamento mais ondulatório do que material.
Bell demonstra a unidade, a interligação e a interdependência do Universo na sequencia da descoberta que a nível subatómico existem conexões de partículas ou de ondas que são instantâneas e não locais. Mesmo a longa distância, o comportamento de duas partículas, que foram inicialmente separadas, mantém-se com as mesmas características como se estivessem unidas, ultrapassando as dimensões espaço/temporais da nossa consciência física actual.
Os objectos não são estáticos. São considerados ondas de possibilidades. Matematicamente pode-se prever como essas possibilidades vão-se espalhar; mas como essas possibilidades se transformam em realidades concretas, não pode ser previsto. A consciência faz o colapso dessas possibilidades para se tornar algo de concreto. A consciência é desta maneira incorporada na física quântica, portanto na matéria, como o escolhedor da realidade, entre as possibilidades existentes. Desta forma é ela que cria e molda a matéria. O Homem como um centro de consciência activa, tem portanto desta forma, a capacidade de transformar a matéria, bem como a possibilidade extraordinária de utilizar a ciência actual na tecnologia futura. Lembremo-nos que as descobertas do passado, a física tradicional de leis constantes é aplicada no nosso dia. O que será o futuro com a tecnologia quântica moldada pela consciência?

E o que é verdadeiramente a consciência?
A nossa Presidente Radha Burnier diz-nos que “a consciência é multifacetada, apresentando-se como actividade mental, inteligência e solidariedade”. Ora encontramos estes factores mais ou menos desenvolvidos no Homem e na Natureza. Os animais e as plantas, embora com uma consciência menos desenvolvida, fazem parte da essência una.
Por isso, é essencial que cada indivíduo se consciencialize de que a sua atitude individual pode influenciar todo o meio ambiente. Um sentido de ética baseada na unidade espiritual e na Fraternidade Universal é indispensável.


b) Reflexões sobre a Engenharia genética
"Quem enriquece o corpo é o espírito"
Shakespeare


A Engenharia Genética é uma ciência que pode ser utilizada em beneficio da Humanidade e dos seres vivos em geral ou para fins conscientemente egoístas. De qualquer forma, mesmo que as intenções dos investigadores sejam as mais nobres, estes actualmente, não passam de aprendizes de feiticeiros, ignorantes de todos os processos, constantes e implicações, resultantes das Leis da Natureza.
A Manipulação Genética só será um dado seguro e adquirido, quando o Homem comum começar a vislumbrar que a sua Constituição, não se resume exclusivamente ao seu Corpo Físico. Outros Veículos como o da Bioenergia, recentemente descoberto pela microbiologia; o das Emoções e do Pensamento, já separados pela psicologia; e o do Ego propriamente dito; forem uma realidade consciente, aí sim o Homem já é um jovem Deus que poderá manipular a matéria física, astral ou outra dos diversos reinos e em consonância com o Plano Divino.
Para o Ego comum que ainda não tem condições para escolher um corpo para si mesmo, dois factores são determinantes para a Encarnação, a Lei da Evolução que faz com que o Ego Encarne para desenvolver as qualidades de que mais necessita e o Karma, as acções resultantes das suas actividades anteriores.
No momento da fertilização, o Ego que reuniu as condições atrás descritas lança um impulso de energia criadora no embrião e uma força de atracção começa a operar entre esta entidade e o Ego. De seguida dá-se início à construção dos Veículos inferiores, o Mental, o Astral, o Etérico e o Físico, por parte do Ego e com o auxílio dos Devas.
É um facto sabido que os primeiros estágios dos embriões dos animais e do homem são praticamente indistinguíveis, crescem todos da mesma maneira até ao momento em que a força compulsória, qualidade não inerente à matéria, mas à Vida Logóica, tem maior incidência, provocando uma maior pressão no sentido de moldar a matéria na forma apropriada nesse estágio do seu desenvolvimento.
Estes factos mostram que a construção e a Vivificação do Corpo Humano é realizado de forma superior, do Ego para o Físico e não ao contrario; construir um corpo físico e formar a partir deste, os outros veículos necessários; a não ser que esta tarefa já esteja dentro do plano do Logos, mesmo sem termos consciência desse facto. De qualquer forma acho pouco provável, visto o estado materialista e egocêntrico geral das causas que provocariam por exemplo a clonagem; a “imortalidade fisica”, o poder, o dinheiro, etc... .

A clonagem Humana neste momento, seria algo obscuro e poderia trazer graves problemas para a Humanidade:
A utilização dos corpos físicos por entidades do baixo astral, muitas vezes conhecidos por nós nos casos de possessão;
A utilização destes corpos por elementares agarrados à matéria, atrasando a evolução desses Egos;
A criação de um ser desprovido da Centelha Divina que o Anima, tornando-se um ser frio, materialista, de comportamento animal e sem sentido de Ética;
Um ser de segunda, um escravo que a humanidade poderia utilizar;
Uma máquina mortífera, que substituía o homem comum na frente de guerra;
Um ser utilizado pelas seitas religiosas, para servir os seus fins;
Uma imensidão de caras iguais, quando a diversidade e a singularidade é a via natural que nos permite evoluir;
As malformações genéticas que advirão, com consequências catastróficas físicas e éticas;
A criação de seres suplentes para doação de órgãos que colocaria a dignidade humana em questão;
O aniquilamento de inúmeros seres por defeito de “fabrico”.
Etc.

Outras perguntas nos inquieta:
Seria o ser clonado considerado um ser humano propriamente dito e respeitado como tal?
A reprodução por este método não deixaria as pessoas mais afastadas umas das outras?
Como seria a psicologia do clonado e as suas implicações no seio da humanidade?

Outro problema ético, é a utilização desenfreada do Embrião Humano considerado património da Humanidade pela UNESCO.
Este Embrião é o principio Físico de uma Vida Humana, e contém as características inerentes à raça Humana. O desenvolvimento deste Embrião nunca poderá dar um peixe ou um cão, mas unicamente uma forma humana.
Embora a Encarnação do Ego só se efectue propriamente por volta do sétimo mês, quando os Veículos inferiores estão formados e permitem a descendência energética provida do Ego em direcção ao Corpo Físico, a conexão da monada Encarnante com o embrião dá-se logo na fertilização como já foi supracitado.
Quando se manipula um Embrião Humano, pode-se estar a manipular uma Vida, a congelá-la e a aniquilá-la.

A engenharia genética poderá ser uma mais valia, sem a manipular da Vida, desenvolvendo capacidades físicas dando à Humanidade melhores condições de Saúde e bem estar, naquilo que plenamente domina.



II. O Homem em Harmonia com a Natureza


“A Fraternidade existe como uma realidade na Natureza, quer nós a percebemos, quer não;
O sentido da Vida Una no meio de toda a Diversidade assenta sobre esse facto”
N. Sri Ram


Para o Homem viver em harmonia com a Natureza é necessário defender e aplicar no nosso dia a dia, cada um de nós, como exemplo e inspiração para a Humanidade, os Objectivos da Sociedade Teosófica:

1. Formar um núcleo de Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raças, sexo, casta ou cor.
2 .Promover o estudo comparativo das Religiões, Filosofias e Ciências.
3. Investigar as Leis inexplicadas da Natureza e os poderes latentes do homem.

Estes objectivos são a chave para tudo. A Teosofia une todos os aspectos da Manifestação do Absoluto. A Unidade, numa interligação coerente com toda a diversidade. Permite-nos ainda, conhecer as verdadeiras Leis da Natureza e do Homem, através do estudo a nível global, pelos seus membros, de todo o conhecimento actual e Sabedoria antiga, originando uma Egregora de Luz que é uma bênção para todos os Seres. É um trabalho colectivo, Inspirado nos Mestres, nossos Irmãos mais “velhos”, que laboram para o progresso da Humanidade segundo as directivas do próprio Logos. Por conseguinte, da Natureza e em harmonia com esta. Por isso, e como o Homem é um ser multi-existencial, tal como a Natureza, o Trabalho Teosófico abrange todos os Planos.




a) O Homem e a sua Verdadeira Natureza (Interna)

“Um destino maior vos espera...
A vida que levais esconde a Luz que vós sois”
Upanixades

As principais características da mente concreta são: a catalogação das formas que observa, provocando a separação de tudo o que existe; e o hábito de sermos o centro das nossas preocupações, facto contraído dos inúmeros estados de existência anteriores. Por outro lado, a Mente Espiritual encontra a unidade para além de formas.
O Homem que se debruça constantemente sobre si mesmo, e tenta discernir e seguir as qualidades mais nobres dos seus actos, das suas paixões, desejos, emoções e dos seus pensamentos; cria uma harmonia nos seus veículos temporários, que permite o vislumbre da Sua Verdadeira Natureza, a Alma Espiritual que tudo une e é desprendida das formas.
Poderia-se perguntar se esta constante atenção sobre si mesmo, não seria um acto egocêntrico?
Eu penso que neste estado evolutivo, não.
Esta introspecção, permite a identificação com o Outro porque ao mais alto nível o Outro não existe, mas sim Eu e Ele numa Unidade, como uma gota no oceano da Vida. Permite ainda, o desabrochar dos sentimentos do coração como o Amor e a Compaixão; e da sua mente, onde habita a Sabedoria. De outra forma, como pode alguém verdadeiramente ajudar os seus semelhantes sem um coração puro e um mental aberto?




b) O Homem e a Sua Natureza Externa.

“Ao viver a natureza plenamente – a nossa e a da criação - com os sentidos e a imaginação espiritual, conseguimos vislumbrar, tão brilhante como o Sol, uma imagem infinita de Deus”
Al Gore

Defino aqui a Sua Natureza externa, como o ecossistema que envolve os nossos veículos, e ao qual somos parcela e Unidade.
Foi James Lovelock que na nossa era criou a hipótese Gaia: todo o complexo sistema da Terra se comporta de um modo que se auto-regula, próprio de algo que está vivo e que conseguiu manter os componentes decisivos dos sistemas de suporte de vida da Terra, em equilíbrio perfeito durante eternidades, até à interferência sem precedentes da civilização moderna. São contributos para esta hipótese, as demonstrações científicas da biodiversidade e biogeoquímica, em que todos os seres vivos interagem entre si, com os elementos químicos e o local numa simbiose maravilhosa e perfeita, que permite uma evolução constante de todas as partes envolventes.
Outra constatação surpreendente chega-nos pelo biólogo Michael Denton e pelos astrofísicos Jacques Demaret e Dominique Lambert sobre o princípio Antrópico. Desde o início dos tempos que o Universo parece conspirar para o aparecimento da Vida e do Homem. Do microcosmos ao macrocosmos, do átomo às estrelas, tudo se apresenta com uma totalidade extraordinariamente organizada num complexo sistema evolutivo. O acaso não explica nada, todas as coisas surgem por necessidade. A aparição das espécies, incluindo a humana obedece a um plano necessário. As provas deste desígnio crescem exponencialmente com o conhecimento científico actual.
A Mãe Terra é o útero da Vida Terrestre, mas praticamente toda a Vida do nosso Planeta tem como fonte energética o Astro Rei. É pela sua acção que se dá a fotossíntese, a mais importante reacção química que ocorre na Natureza. Uma magnifica simbiose molecular entre os Reinos Mineral, Vegetal e Animal, em que o oxigénio e a energia luminosa inicialmente captada pelos cloroplastos das plantas verdes chegam até ao Homem em forma gasosa, alimentar ou nas reservas energéticas utilizadas pela nossa sociedade, como o petróleo, o carvão e o gás natural. A energia nuclear é também forjada no forno alquímico das estrelas, ao transformar a matéria física primordial do Universo, o hidrogénio (a unidade), em elementos mais pesados, que são os tijolos constituintes de toda a matéria densa. Outros fenómenos Solares importantes para a Vida são: o ciclo da água (as veias de Gaia) que vivifica a crusta terrestre e fornece-nos a electricidade proveniente das barragens hidroeléctricas; e a Heliosfera, uma Aura protectora em todo o Sistema Solar aos raios Cósmicos e Galácticos letais à Vida.


Estes são alguns exemplos que a ciência actual nos transmite e ajuda-nos a compreender racionalmente a existência de um Plano evolutivo, arquitectado por uma inteligência superior, tal como a Teosofia nos ensina. Átomos, células e órgãos, são entidades vivas que fazem parte de nós, Homens. Tal como a Terra Viva a que pertencemos, incorporada num Sistema Solar Vivo, que por sua vez pertence a uma Galáxia; etc.. Todas estas entidades são iguais em essência divina, mas com estados evolutivos diferentes. Toma consciência no estado humano e desenvolve-a para além deste.



Conclusão


O aumento substancial das doenças como o cancro, infertilidade, doenças respiratórias, bulimia/anorexia, autismo, depressão, etc., têm a sua raiz na poluição presente na água que bebemos, nos alimentos que ingerimos, no ar que respiramos, nas emoções que evocamos e nos pensamentos que nos associamos.
A Direcção Geral do Ambiente da Comissão Europeia denuncia que o interesse económico actual é de tal ordem que se fabricam propositadamente produtos de curta duração para levar ao dispêndio rápido de novos produtos. Produtos que em minutos cumprem a sua função final, o lixo deixando um rasto de poluição. Cabe a cada um de nós ter o discernimento e o desprendimento necessários, de um consumo sustentável, para fugir a esta teia viciosa que arrasta o mundo e os seres que o habitam para uma catástrofe sem precedentes.
Ao emergirmos na Natureza, verificamos que ela é uma Consciência global de todos os Seres Vivos, num Mundo maravilhoso de entreajuda, com Princípio Solar e que todos os intervenientes sós, não conseguem sobreviver, quanto mais evoluírem.
Há uma Hierarquia oculta que intuí as leis do Logos. Estudar, compreender e integrar todo este processo, faz parte do Trabalho do Teósofo.
O conhecimento das Leis é fundamental para acelerar o processo evolutivo.
O verdadeiro Teósofo, respeita toda a Vida. Tem cuidado com os seus actos que deverão trazer alegria e serenidade, não o sofrimento. Trabalha à Glória do Logos Solar e ao Progresso da Humanidade.
Porque toda existência provém do poder divino, o Homem, tem como aspecto essencial, o dever de eliminar todas as tendências destrutivas. Na nossa Pátria Terra, encontramos a ternura, o amor e a bondade como qualidades que fazem parte da natureza profunda de todos os seres vivos. Viver estes valores, é contribuir para preservar a harmonia cósmica; e ser um canal da Hierarquia de Compaixão, que jorra sobre o mundo, indistintamente amigo ou suposto inimigo, um Amor incondicional.
Para terminar deixo um simples poema:

O Jardim e a Casa

Não se perdeu nenhuma coisa em mim
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.
Sophia de Mello Breyner



Maio de 2002, Jorge Moreira.





Bibliografia:

- Radha Burnier; “Regeneração Humana”
- Amit Goswami; “O Universo Autoconsciente”
- Fritjof Capra; “O Tao da Física”
- Luis Pellegrini; “O Homem, Alvo do Universo”
- José Fernando Monteiro; “O estado da Matéria”
- John Van Mater, Jr; “The Wisdom of Gaia”
- John Van Mater, Jr; “Our Place in Spiritual Ecology”
- Al Gore; “A Terra à procura de equilibrio”
- Germano da Fonseca Sacarrão; “A ecologia da luz e da vida”
- Khyentse Rinpoche; “Words of wisdom”
- Shechen Rabjam Rinpoche; “Mind enlightened”
- V. Wallace Slater; “Toda a Vida é Una”
- Tran-Thi-Kim-Diêu; Conversas informais em Santarém sobre Genética.
- Sophia de Mello Breyner; “Obra Poética I”
- Leadbeater; “A Vida Interior”
- Geoffrey Hodson; “O Milagre do Nascimento”
- Jorge Moreira; “Algumas Reflexões sobre engenharia genética”
- Jorge Moreira; “A Vela”
- Jorge Moreira; “O simbolismo da água”
- Jorge Moreira; “O Amor como cimento do Templo”

quarta-feira, outubro 12, 2005

GAIA – O Maravilhoso Planeta Vivo


Antes de mais, é importante saber que o Guê é o prefixo que designa as ciências que estudam o planeta, como a Geografia e a Geologia. Mas o G é também utilizado em palavras como Génese, Geometria, Gnose, Grande, Glória, etc. Perante este facto, e sendo esta a letra que inicia o nome que designa Deus nas mais variadas línguas, constatamos que o G tem uma enorme conotação com a divindade, que é una e engloba tudo. Porém, a Sua manifestação Gera a dualidade, uma parte constituída pela Tríada superior Espiritual - simbolicamente representada pelo círculo - a outra parte constituída pela restante matéria densa, o quaternário inferior, - também simbolicamente representada, pelo quadrado. Esta dualidade, a Tríada Imortal com o Quaternário perecível, resulta na constituição Septenária do Homem. Esta representação corresponde também à existência e manifestação dos diversos veículos do Homem, nos respectivos Planos existenciais. Consequentemente, não é por acaso que o G é a sétima letra do alfabeto e que a sua forma geométrica é composta por um semicírculo e um esquadro. Também não será certamente uma contingência a escolha, feita pelos antigos gregos, do G para iniciar a palavra Mitológica, que designa a Mãe Terra, Gaia. Nem mesmo uma irreflexão a utilização desta mesma palavra, Gaia, para baptizar a hipótese de James Lovelock, que vislumbra o planeta Terra como uma unidade viva composta pelos inúmeros sistemas físico-quimico-biológicos, um modelo surpreendente de auto-organização, não linear, global, holístico e ecologicamente sublime, onde todo o planeta Terra surge como um sistema vivo e auto-organizador. Tal facto demonstra a Sabedoria perene, ao identificar a Terra como um organismo vivo, e a unidade de toda a Vida.

1. MITOLOGIA

Gaia, Geia, Gæa, Gea são nomes que correspondem à personificação da Terra como Deusa. É a primeira divindade logo a seguir ao Caos que é a origem e a unidade. Ainda pura, tal como a Virgem Maria, Gera Urano, o Céu e Pontus, o Mar. Desta Geração forma-se uma Tríada, que representa a tripla manifestação Divina. De seguida, Gaia casa com Urano, a atmosfera, dando origem a muitos filhos; 12 Titãs, o Zodíaco; três Ciclopes Gigantes de um só olho frontal, possivelmente as primeiras Raças Raízes Humanas; e os Hecatonquiros que eram gigantes de 50 cabeças e 100 braços. Como Urano detestava os seus filhos e os tinha aprisionados, Gaia, aqui também representada pelo amor que nutria pelos seus filhos, decidiu armar um deles com uma foice, a representação da morte e da transformação. Cronos, o tempo, ofereceu-se para o difícil trabalho. Na noite seguinte, enquanto Urano se unia a Gaia, Cronos atacou-o e castrou-o; separou assim o Céu da Terra, dando origem à organização da matéria terrestre. Cronos lançou, ainda, os testículos de Urano ao Mar, fecundando-o, e deu origem à vida física no planeta. Tal como se sabe, foi a partir do mar que a vida surgiu na Terra. Esta mitologia narra ainda que algumas das gotas dos mesmos testículos caíram também sobre Gaia. E, em consequência, nasceram os descendentes que reinaram no Olimpo.
Fez-se assim ORDO AD CHAOS.

2. HIPOTSE GAIA

James Hutton é conhecido como o pai da Geologia. Numa palestra realizada para a Real Sociedade de Edimburgo, na década de 1790, disse que considerava a Terra como um super organismo, dando, como exemplos análogos, a circulação do sangue e a circulação dos elementos nutrientes da Terra. Hutton realçava, ainda, a forma como o Sol destila a água dos oceanos, para que esta torne a cair sob a forma de chuva e refresque a Terra.

Na década de 60 do Século passado, o médico bioquímico James Lovelock foi contratado pela NASA, no intuito de projectar instrumentos de análise da atmosfera e, consequentemente, para a detecção de vida em Marte. Daí surgiu a pergunta capital: “Como podemos estar certos de que o tipo de vida marciano, qualquer que ele seja, se revelará nos testes de vida baseados no tipo terrestre, que é o nosso referencial?” Esta questão, levou-o a pensar sobre a natureza da Vida e como ela poderia ser reconhecida nas suas várias possibilidades. Daí concluiu que todos os seres vivos têm de extrair matéria e energia de seu meio ambiente e descartar produtos residuais em troca. Assim, a vida deveria utilizar a atmosfera ou os oceanos, caso existam, como meio fluido de movimentação de matérias-primas e produtos residuais; pelo menos ao nível e dimensão do que se reconhece por vida (Vida), dentro de nosso actual grau de conhecimento.
Estas hipóteses foram confirmadas quando Lovelock e Dion Hitchcock começaram a realizar análises na atmosfera marciana e verificaram que todas as reacções químicas possíveis já tinham ocorrido há muito tempo, seguindo a 2ª lei da termodinâmica, a entropia, que estabelece que todos os sistemas físico-químicos fechados, tendem ao equilíbrio termoquímico ou à parada total das reacções. Ou seja, ao contrário do que ocorre na Terra, onde existem gases com forte tendência para reagirem uns com os outros, como o oxigénio e o metano; e estes existem em altas proporções em conjunto com outros gases, afastados do equilíbrio químico. Apesar de uma contínua reacção entre eles, continuam a existir em proporções constantes na atmosfera. Tal facto só será possível se existir algo que garanta o equilíbrio, um motor que movimente constantemente a circulação desses elementos. Lovelock descobriu que esse motor era a própria vida que existe na Terra, já que as plantas verdes produzem constantemente o oxigénio, e os restantes organismos formam outros gases, que vão repor as quantidades normais dos que sofrem reacções químicas. Noutras palavras, Lovelock provou que a atmosfera terrestre é um sistema aberto, afastado do equilíbrio químico, caracterizado por um fluxo constante de matéria e energia, influenciando e sendo influenciado pela vida, em perfeito bio-feedback. Perante estes factos, surgiu subitamente um insight, um lampejo, na sua mente, que o permitiu vislumbrar Gaia: “Um pensamento assustador veio a mim. A atmosfera da Terra era uma mistura extraordinária e instável de gases e, não obstante, eu sabia que a sua composição se mantinha constante ao longo de períodos de tempo muito longos. Será que a Terra não somente criou a atmosfera, mas também a regula – mantendo-a com uma composição constante, num nível que é favorável aos organismos vivos?”.
Para demonstrar esta hipótese juntou-se a Lovelock a bióloga Lynn Margulis que, juntamente com o geoquímico Lars Sillen, tinha já ideias muito interessantes acerca desta temática. O seu trabalho começou a dar frutos e constataram os seguintes factos, todos eles interligados:

Construção da hipótese Gaia

Ao relacionarem os desequilíbrios na atmosfera com o surgimento dos vegetais superiores e da vida animal, detectaram que, durante milhões de anos, o planeta foi habitado apenas por microrganismos anaeróbicos simples, que consumiam compostos orgânicos existentes nos oceanos, decompondo-os em substâncias inorgânicas simples. A proliferação destes organismos e o consequente aumento do consumo deveria criar uma situação de desequilíbrio, traduzida pela redução das quantidades dos compostos orgânicos disponíveis, ameaçando a sobrevivência dessas primeiras formas de vida. Na tentativa de se adaptarem às novas condições ambientais, alguns desses organismos evoluíram para dar origem às plantas verdes. Estas transformam substâncias inorgânicas em matéria orgânica, por meio da fotossíntese, e dão início à primeira cadeia alimentar. Mas estes seres acabam por produzir uma nova situação de desequilíbrio com o oxigénio, um veneno para todos os seres anaeróbicos. Para controlar a presença deste gás na atmosfera surgem, então, os seres que respiram oxigénio.
Hoje está cada vez mais clara a ideia de que os sistemas complexos, que formam um organismo vivo, possuem características próprias, homeostáticas e dinâmicas, enquanto conjunto. Mas essas características escapam às qualidades e atributos de cada parte constituinte separada. Ou seja, um organismo, como um todo, é algo diferente e com atributos próprios, estando para além da soma das partes fundamentais que o compõem. Como simples exemplo, no âmbito dos compostos, temos a existência de dois gases, o oxigénio e o hidrogénio, que são muito utilizados na combustão. Por conseguinte, estes gases são propícios ao elemento fogo. Quando estão unidos formam a água, um novo elemento, que possui uma característica muito peculiar, a de permitir combater o elemento que lhe deu origem, o próprio fogo.
Nos sistemas orgânicos vivos, a homeostase é a capacidade que o organismo tem de controlar a sua composição química e o seu estado físico, de forma a manter-se sempre em boas condições, mesmo quando o ambiente externo se altera. Esta é uma qualidade que apresenta características dinâmicas que superam o normal comportamento das máquinas construídas pelo homem. Nomeadamente quanto ao grau de entropia, do crescimento e do equilíbrio térmico, que leva ao desgaste constante do equipamento nas máquinas e, por consequência, ao fim da sua vida útil; mas que, ao contrário, nos seres vivos é mantido num nível mais ou menos constante.

É do conhecimento dos cientistas que o calor emitido pelo sol aumentou em cerca de vinte e cinco por cento, desde que a vida surgiu na Terra. Mas, apesar disso, a temperatura na nossa superfície tem permanecido praticamente constante, num clima favorável à vida e ao seu desenvolvimento, durante quatro biliões de anos. Perante este facto, uma questão aparece: será que a Terra é capaz de se auto-regular, de manter a temperatura estável e a salinidade dos seus oceanos, tal como ocorre nos organismos vivos? Lovelock responde a esta questão da seguinte maneira: Considere a teoria de Gaia como uma alternativa viável ao conhecimento convencional, que vê a Terra como um planeta morto, constituído por rochas, oceanos e atmosferas inanimadas e meramente, casualmente, habitado pela vida. Considere-a como um verdadeiro sistema, abrangendo toda a vida e todo o seu meio ambiente, estritamente acoplados de modo a formar uma entidade auto-reguladora”.
A sua primeira colaboradora, Lynn Margulis transcreve ainda: “A hipótese Gaia afirma que a superfície da Terra, que sempre temos considerado como o meio ambiente da vida, é ,na verdade, parte da vida….Efectivamente, a vida fabrica, modela e muda o meio ambiente ao qual se adapta. De seguida, esse mesmo meio ambiente, realimenta a vida que está a mudar, a actuar e a crescer sobre ele. Existem, portanto, interacções cíclicas, não lineares e não deterministas”.
Outro exemplo aprofundado por Lynn Margulis é sobre o dióxido de carbono. Os vulcões, os animais e plantas expelem continuamente doses maciças de dióxido de carbono, que, pelas suas características, provocam um efeito de estufa, com o consequente aquecimento do nosso planeta. Desta forma, deve haver também um mecanismo para eliminá-lo. De facto, a água da chuva e o dióxido de carbono
combinam-se com as rochas para formar carbonatos. Este processo tem algumas bactérias como catalizadores. Seguidamente as partículas de carbonatos são levadas até ao mar, onde as algas microscópicas vão utilizá-las para construir as suas conchas. As algas vão para o fundo, formando assim sedimentos calcários. Estes, por sua vez, continuam a submergir para o centro da terra, onde serão derretidos. Eventualmente, este ciclo pode voltar a acontecer, através da actividade vulcânica….
Outro facto, não menos curioso, é o aumento do trabalho das bactérias, quando detectam um aquecimento do planeta, retirando, desta forma, maiores quantidades de dióxido de carbono, o que provoca um menor efeito de estufa e, consequentemente, um arrefecimento do planeta. O contrário também se verifica.
As florestas tropicais húmidas também servem para refrescar o planeta, com a capacidade de evaporação/transpiração de enormes volumes de vapor de água, dando origem à formação de nuvens brancas reflectoras, que propiciam protecção às radiações solares.

3. CONCLUSÃO

Esta magnifica hipótese, Gaia, pode ser simultaneamente discernida a dois níveis. Um, o científico, centrado nas operações físicas, biológicas e químicas do seu corpo, envolvendo organismos e reciclagem de elementos na biosfera, de que encontramos acima alguns pequenos exemplos; o outro é ter consciência dos aspectos da Vida misteriosa e Espiritual de Gaia. Lovelock e outros seres com senso intuitivo, perceberam, perfeitamente, que a vida tem origem num nível superior, com a consciência de um denominador comum. Uma ligação directa aos mistérios de Gaia só será possível se tentarmos percepcionar a realidade e vivenciá-la ao mais alto nível; de outra forma não seria possível porque estamos inseridos em corpo e consciência nesse grande Ser. Tal facto reduz significativamente a percepção dos Seus propósitos, através de simples ou complexas análises cartesianas. Mas estas análises são úteis para desbravar a sua verdadeira natureza, pois elas fornecem-nos um suporte credível, capaz de nos levar, progressivamente, em determinadas ocasiões propícias, a termos a felicidade de vislumbrar a sua magnificência, num simples facto da vida ou da vida como um todo. Isto traduz-se pela união de Manas com Buddhi. Só assim poderemos superar toda a separatividade, de forma a que a nossa consciência possa expandir-se até à Consciência do grande Ser, que tudo abarca.
A humanidade actual tem a capacidade de ser um veículo da manifestação de Gaia, mas, como está munida de livre-arbítrio, essa mesma capacidade pode ser manipulada pelo egoísmo e pela ignorância, de forma a transformar o homem num parasita destruidor. Tal facto tem-se vindo a verificar especialmente nos dois últimos séculos, com o desenvolvimento da tecnologia que transformou abruptamente o mundo, de tal forma que os normais mecanismos de reciclagem de Gaia já não conseguem funcionar de forma a restabelecer o equilíbrio, pelo menos de forma harmoniosa. Isto deve-se ao facto de que a evolução espiritual não tem acompanhado o desenvolvimento tecnológico. Se a humanidade continuar neste caminho, a catástrofe pode aproximar-se. Cabe a cada um de nós ter consciência deste facto, dos nossos actos, bem como do magnífico trabalho que Gaia desempenhou até chegar a nós. Mas o homem não será certamente a última razão de Gaia. E, como tal, só um convívio harmonioso com os outros Reinos da Natureza permitirá que o processo evolutivo possa continuar. Só assim conseguiremos sobreviver e evoluir, inseridos na diversidade, como o demonstram os novos modelos ecológicos. À medida que aumenta a diversidade, aumenta também a estabilidade e a resiliência.
O Teósofo deve escolher ser um veículo da Manifestação de Gaia. Por conseguinte, só com o exemplo pessoal, alicerçado no discernimento, na espiritualidade e na ética é que cada um de nós poderá contribuir para um mundo melhor e perfilhar os propósitos de Gaia.

Revista Osíris nº 3, Jorge Moreira, Junho 2004

Eleições Autárquicas 2005

“Prezados(as) Amigos(as),

No dia 9 de Outubro, os Vilarenses deram a vitória, em Vilar de Andorinho, ao PS de Manuel Monteiro.
O MID – Movimento Independente pró Desenvolvimento cumprimenta o vencedor e deseja uma gestão de sucesso.
Agradecemos a todos aqueles que acreditaram em nós e colaboraram com ideias úteis para a Freguesia, independentemente da cor político/partidária.
O resultado foi uma votação expressiva no nosso Movimento. Somos agora a segunda força activa em Vilar.
A todos prometemos zelar pelos reais interesses de Vilar de Andorinho, ora na apresentação e colaboração, de acções que sejam uma mais valia para a Autarquia, ora na crítica construtiva, nas atitudes menos adequadas.

O nosso Partido é Vilar de Andorinho!

Os nossos melhores Cumprimentos,

MID – Movimento Independente pró Desenvolvimento.”

domingo, outubro 09, 2005

Debate - Notícia "O Comércio de Gaia"

Vila D’Este tem solução



Depois de dois encontros com os candidatos às autárquicas 2005 residentes na área da urbanização de Vila D’Este, a Associação de Proprietários da Urbanização de Vila D’Este realizou, no passado dia 23, um debate público com as quatro listas candidatas à Junta de Freguesia de Vilar de Andorinho.


Importante referir que Vila D’Este tem 15 mil habitantes e apenas 4 mil eleitores. O debate teve como objectivo analisar a situação precária em que vivem os moradores, as carências sociais e a baixa qualidade de vida e ao mesmo tempo conhecer as propostas e soluções dos partidos, para minorar a situação e convencer os moradores de Vila D’Este acreditar que vai valer a pena ir votar no próximo dia 9 de Outubro.
Na mesa estiveram presentes Jorge Moreira, em representação do MID, José Soares, candidato nº 1 da CDU, Eduardo Pereira, cabeça de lista do Bloco de Esquerda e Manuel Monteiro, actual presidente e recandidato à Junta. A opinião foi unânime quanto às carências da urbanização. Toda a gente sabe que Vila D’Este carece de serviços, de segurança social, de carências económicas, ambiente e requalificação.
“Vila D’Este tem solução” disseram os candidatos, mas afinal como é possível isso tornar-se uma realidade e fazer com que as pessoas vivam melhor e com gosto? O MID apresenta soluções nas áreas da saúde, acção social, ensino, desporto, ambiente, acessibilidades e emprego. Por outro lado, a CDU compromete-se a “lutar por melhorar todas as condições” e levanta a questão da presença de um “presidente a tempo inteiro na Junta”. “A CDU tem sido uma força activa e tem-se interessado pelos problemas sociais da freguesia”, referiu José Soares, transmitindo a vontade de “colocarem um vereador na Câmara”.
Por sua vez, Eduardo Pereira defende uma “política social de habitação” para a construção de um “espaço urbano mais humano”, com espaços verdes e equipamentos desportivos e atender de forma muito próxima às situações de risco social.
Manuel Monteiro confrontado com a situação de Vila D’Este que “nasceu mal, cresceu doente e permanece doente”, indicou que “tem carências mas tem solução” e essa solução passa, no seu ver, para além da vontade política apesar dos baixos orçamentos, também pelo aumento de recenseados: “Vila D’Este merece mais e melhor, mas numa urbanização onde existem cerca de 15 mil habitantes dos quais só 4 mil estão recenseados, não temos força para poder reivindicar mais. Há a necessidade de todos os recenseados passarem a mensagem para que os não recenseados se venham recensear para lutar mais por Vila D’Este e Vilar de Andorinho.”

Jornal "O Comércio de Gaia" - Semanário - Fundado em 1931, Edição de 29 de Setembro de 2005

sexta-feira, outubro 07, 2005

MID - Manifesto Eleitoral

Após a observação da situação actual da freguesia, pretendemos criar e implementar as seguintes medidas:

SAÚDE:
 Um novo Centro de Saúde;
 Acções de Formação na área da Saúde (Higiene, Nutricionismo, Sexualidade, Pais, etc.).

ACÇÃO SOCIAL:
 Protocolos com instituições humanitárias e ONG’s (Organizações Não Governamentais) para dar apoio, especialmente à população da freguesia;
 Centro Social no Monte Grande/Vila D’Este de apoio aos mais desfavorecidos;
 Levantamento das habitações degradadas e sem condições de habitabilidade para posterior realojamento através da Gaia Social;
 Creches e Jardins de Infância;
 Meios de mobilidade para deficientes e idosos nas vias e edifícios públicos (rampas, elevadores, etc.).

EMPREGO:
 Zona Industrial para ordenamento territorial da indústria existente, num espaço próprio e chamar novas empresas para a freguesia, a fim de criar novos postos de trabalho, devido à excelente localização dos grandes eixos rodoviários.

EDUCAÇÃO E ENSINO:
 Escolas básicas com cantina e ATL na Mata/Picotes e Monte Grande;
 Pavilhão de Educação Física na EB2/3 de Vila D`Este;
 Equipamentos para a prática de Educação Física;
 Apoio constante nas actividades escolares;
 Ensino recorrente para adultos;
 Formação profissional incluindo cursos direccionados para as novas Tecnologias de Informação e Comunicação, Línguas estrangeiras, Socorrismo, etc;
 Pólo Universitário na freguesia.

CULTURA:
- Artes Plásticas
 Exposições de Pintura, Escultura, etc., especialmente vocacionadas para artistas da freguesia;
- Teatro
 Festival anual ou bienal,
 Escola de Teatro,
 Teatro e Animação de rua,
 Incentivo às colectividades;
- Música
 Concertos de diversos géneros musicais, desde a erudita à electrónica, do rock à popular,
 Festival de folclore;
- Ciência
 Observatório astronómico no Monte da Virgem aberto ao público geral e às escolas;
- Património
 Levantamento, requalificação e preservação do património arqueológico e arquitectónico: pontes, caminhos romanos, moinhos, azenhas, quintas, solares, etc. Tudo iremos fazer para recuperar a Quinta do Conde Paço Vitorino e colocá-la ao serviço da população;
- Outros
 Exposições e demonstrações de artes e ofícios tradicionais,
 Programa para a compreensão e intercâmbio de outras culturas e etnias,
 Visitas temáticas a museus e a exposições fora da freguesia.

DESPORTO:
- Futebol e Atletismo
 Construção de campo de Futebol de Onze com Pista de Atletismo,
 Escolas de Futebol de Onze e de Futsal;
- Ténis
 Recuperação e reparação dos campos de Ténis existentes,
 Escolas das modalidades de campo e mesa;
- Natação
 Dinamizar os diversos estilos,
 Programa especial para idosos;
- Patinagem
 Escola de Patinagem,
 Condições para a prática de Hóquei em Patins;


- Jogos Radicais
 Equipamento para a prática destas actividades;
- Tai – Chi
 Arte milenar de bem-estar físico e mental para todas as idades, especialmente querida para os idosos;
- Outros
 Apoio ao desporto nas escolas de ensino básico e dinamização na participação nos Jogos Juvenis de Gaia,
 Apoio a outras modalidades: basquetebol, voleibol, andebol, ginástica, dança, yoga, xadrez, etc.,
 Pavilhões cobertos e aumento do número de equipamentos desportivos.

LAZER:
 Centro lúdico e Desportivo. Inicialmente projectado para a antiga lixeira municipal, a fim de minimizar os problemas de saúde pública, ambiente e rede viária, que este vazadouro causou durante mais de uma década à população de Vilar de Andorinho. Projecto este, que até à data não foi concretizado. Na impossibilidade da sua implementação neste local, exigimos que a população seja devidamente compensada, com a sua construção noutro local da freguesia;
 Jogos tradicionais;
 Passeios, encontros e festas da 3.ª idade;
 Trilhos para a prática de caminhadas (Trekking);
 Feira Medieval em cooperação com as escolas e/ou colectividades;
 Meios de optimização e dinamização da Festa da Cebola;
 Parques infantis.

AMBIENTE:
 Meios de verificação e correcção dos atentados ambientais;
 Ecocentro;
 Maior número de Ecopontos e Pilhões;
 Cestos de lixo;
 Formação/Informação dos habitantes e escolas para a defesa e preservação do ambiente, a importância da separação dos “lixos” e o bom uso dos Ecopontos e Ecocentros;
 Meios logísticos para os moradores mais desfavorecidos na ligação das fossas sépticas à rede pública de saneamento básico, acção de grande importância para despoluição dos lençóis freáticos e fontanários;
 Meio de substituição da aplicação de herbicidas pela limpeza regular tradicional;
 Requalificação do Monte da Virgem e do Rio Febros;
 Zonas verdes e Jardins públicos;
 Painéis agradáveis nos edifícios em ruínas ou em obras para a diminuição de poluição visual;
 Painéis sonoros nos locais de grande tráfego rodoviário.

SEGURANÇA E PROTECÇÃO CIVIL:
 Esquadra da PSP ou GNR em Vila d`Este ou Monte Grande;
 Simulacros de situações de emergência nas escolas e locais públicos;
 Bocas-de-incêndio
 Meios de verificação dos equipamentos de segurança nas escolas e locais públicos;
 Inspecções e correcção das falhas encontradas na sinalética e estado de conservação das vias rodoviárias.

SERVIÇOS:
 Posto de atendimento da Junta de Freguesia/CTT em Vila D’Este ou Monte Grande com serviço complementar de acompanhamento e reencaminhamento;
 Protocolos com entidades públicas e privadas para ajudar os mais carenciados;
 Colóquios e conferências com assuntos de interesse público;
 Feira/Mercado semanal ou quinzenal.

REDE VIÁRIA:
 Repavimentação das redes viárias, com primeira incidência nas seguintes ruas: Heróis de Ultramar, Pombal/Menesas, Mariz, Mata, Fernando Pinto Lourenço, Água da Sombra e Padre Maia.

TRANSPORTES:
 Prolongamento das carreiras dos STCP a outros lugares da freguesia;
 Aumento do número de carreiras efectuadas pelos transportadores habituais especialmente no lugar da Urbanização da Mata/Picotes e Pombal/Menesas;
 Equipamento mobiliário urbano (paragens de autocarro);
 Extensão da linha de Metro até Vila d’Este/Monte Grande.

URBANISMO:
 Requalificação da Urbanização de Vila D’Este e do souto de S. Lourenço;
 Acções de controlo da construção desenfreada em Vila D’Este, Monte Grande e noutros lugares da freguesia.